A cor vermelha foi a escolhida para representar a grande área da saúde. O desenvolvimento e pesquisa por novos fármacos e vacinas está em alta no presente momento, devido à crise gerada pelo Covid-19. Medicamentos são produzidos a partir de insumos derivados de seres vivos (Plantas, animais, microrganismos, etc.), como por exemplo a penicilina, antibiótico advindo de fungos do gênero penicillium. A cor verde se refere a agricultura, ajudando produtores a combater pragas ou melhorar geneticamente espécies de cultivo. Inclusive, a produção de bioinseticida, que felizmente está ganhando destaque no setor agronômico conforme aumenta a preocupação com o meio ambiente e intensificação de leis. A compostagem tem se popularizando entre os agricultores cada vez mais, é uma ótima forma sustentável e barata de adubar plantações e isso é uma aplicação da biotecnologia cinza, que preza a utilização de resíduos orgânicos. Além disso, essa cor se volta em estudos da área ambiental, na biorremediação e desenvolvimento de biocombustíveis.
Já a área de alimentos é representada pela cor amarela, envolve estudos para melhorar tecnologias e trazer inovações para o setor. Temos muitos problemas com a falta de nutrientes na dieta da população, a chamada fome oculta. E para ajudar a combater doenças futuras e desnutrição, está ganhando bastante relevância a biofortificação de alimentos, aumentando naturalmente os micronutrientes de alimentos convencionais que já fazem parte da alimentação da população. Falando de alimentos, algas são muito nutritivas e estão ganhando espaço não só nos pratos das pessoas, como nos rostos com sua aplicabilidade na indústria cosmética. Dentro dos nossos oceanos, existem diversos recursos além das algas com enorme potencial para ajudar nas áreas não só de alimentos e estética, mas também da saúde. Pesquisar, extrair e aplicar recursos advindos de seres que habitam nossos oceanos de forma sustentável compete a área azul da biotecnologia.
A fome oculta, termo que usei anteriormente, se refere a carência de micronutrientes no organismo do indivíduo, isso devido a sua má alimentação. Porém muitas pessoas passam fome por escassez de alimentos, no Brasil isso está muito presente no Norte e no Nordeste, locais de extrema seca e terreno tão árido que chega a ser incultivável. A biotecnologia marrom, refere-se ao desenvolvimento e inovação para áreas desérticas, auxiliando a desenvolver métodos para adaptar cultivos para lugares áridos com secas constantes como a caatinga brasileira. Mas não para por aí, estudos com organismos que resistem a essas regiões já contribuíram para áreas da saúde e até construção civil. Além disso, essa “cor” está muito atrelada ao estudo da viabilidade do homem colonizar outros planetas.
Já parou para pensar como cientistas conseguem estudar moléculas químicas tão pequenas e suas reações? Muito disso, é possível com a ajuda da bioinformática, área que na biotecnologia é representada com a cor dourada, incumbida do desenvolvimento de softwares que ajudam nas construções de moléculas e simulam reações químicas e bioquímicas. Além disso, outra área da biotecnologia dourada que vem trazendo muitas novidades é a nanotecnologia aplicada a biologia. A cor cinza, se refere ao uso da biotecnologia industrial, um exemplo interessante dessa aplicação é na indústria têxtil onde usam enzimas para descolorir calças jeans e fazer os “rasgos” que algumas delas têm.
A cor preta se refere a biotecnologia forense, que têm por função auxiliar na solução de casos policiais analisando vestígios deixados por suspeitos, ajudando assim na redução da criminalidade. Além disso, encarrega-se de combater o bioterrorismo controlando possíveis armas biológicas. Mas finalmente, para que todas as áreas citadas se desenvolvam de forma honesta e segura, não comprometendo a vida das pessoas, temos a área da biotecnologia representada pela cor roxa. Nessa área é certificado a ética, regulamentado leis e ainda disseminado o conhecimento biotecnológicos, tornado acessível para todos.
Artigo escrito pelo pós-júnior Alef Oliveira
