Um dos grandes marcos em minha vida pessoal e profissional ocorreu em fevereiro de 2020, quando fui eleito Diretor de Marketing na Petri. Um ano no qual tínhamos vários planos, várias metas que poderiam ser alcançadas rapidamente. Poderia escrever de uma forma geral como a maioria dos líderes se sentem, mas precisava retratar de maneira pessoal essa experiência a qual estamos passando.
A princípio todos pensam na questão financeira, mas essa crise vai muito além disso. É uma crise de gestão de pessoas, de sentimentos, uma crise emocional. Hoje lidero um time de 2 pessoas e alguns trainees na Petri, e para alguém com apenas 20 anos, esse é um dos maiores desafios que já tive de enfrentar.
“O que eu vou fazer?”, esse foi o questionamento que me fiz diversas vezes. Em uma época que não se pode ter contatos físicos, o digital se torna o único jeito de se manter. Ninguém nunca me disse isso, mas sendo Diretor de Marketing, atribui um peso em minhas costas de que a vitalidade da empresa estava centralizada em mim.
Mas como eu poderia lidar com isso tudo e ainda manter um time unido e motivado? Sempre pensei que como líder não poderia transparecer nenhum tipo de preocupação, que ironicamente deveria por uma máscara e esconder minhas preocupações e sentimentos. Não poderia estar mais enganado.
Algo que aprendi tendo que lidar com Formação Empreendedora dentro do Núcleo Ponta Grossa, é a importância de ser vulnerável dentro de qualquer time. Com isso, me abri com a equipe de Marketing sobre diversos problemas que estávamos passando e sobre o peso que coloquei em minhas costas. Hoje posso dizer que foi uma das melhores atitudes que tomei, pois conseguimos construir um time unido, forte e que mesmo em uma época de quarentena, está alcançando suas metas anuais.
Claro que essa não foi a solução de todos os problemas, ainda precisava enfrentar desafios pessoais dentro da Diretoria Executiva. Assumimos diversas atividades e o esgotamento uma hora bate em nossa porta e foi aí que vi mais uma oportunidade de permitir-se ser vulnerável. Disse para o time sobre o cansaço que estava passando, e todos concordaram que estávamos precisando de um final de semana mais tranquilo.
Além dessas situações, senti a necessidade de explorar mais alguns tópicos. Entender que nem todos enfrentam essa situação com a mesma mentalidade, que tudo bem suas atividades serem entregues em outro nível, que precisamos compreender e se mostrar presente antes de qualquer cobrança. E o principal, romper com a imagem de liderança forte e invencível permitindo-se ser “debilitável”, mas sempre buscar a solução de mãos dadas.
Ser líder vai além de estabelecer metas. Desenvolver a liderança nos outros e, atualmente, aproximar as pessoas em um momento de distanciamento social, é um dos papéis fundamentais para ser um líder de impacto. Romper com a ideologia de que apenas você pode dar respostas e trabalhar em conjunto com toda a equipe. Manter a fé, por mais desafiador que possa ser, de que um dia tudo isso vai passar.
Tudo isso é possível. Difícil, porém possível. Utilizando o potencial de todos, podemos sim superar essa crise.
Artigo escrito pelo pós-júnior Eduardo Novais